sexta-feira, 16 de março de 2012

Cidade dos Mortos


Na postagem passada eu comentei sobre minha primeira tradução. Então agora vou comentar sobre minha segunda experiência: Cidade dos Mortos. Escrito por Joe McKinney, um policial com mestrado em literatura, relata a história de uma cidade dominada por zumbis. Um tema já bem explorado pelo cinema e bem difícil de inovar.

Quem já assistiu aos filmes de George Romero não irá encontrar nada de novo neste livro. Os zumbis em sua maioria são bem lentos, como na Noite dos Mortos Vivos, mas alguns, chamados de “ligeirinhos”, são mais ágeis e ainda possuem algum tipo de raciocínio lógico, como alguns em Madrugada dos Mortos. A vantagem que McKinney leva em sua narrativa é possuir grande conhecimento na área policial, já que faz parte da força policial americana há muitos anos. E foi aí que tive algumas dificuldades ao longo da tradução. Os personagens se comunicam bastante via rádio, utilizando muitos códigos para cada situação de emergência, mas graças à Internet eu consegui encontrar um site com uma tabela que contém os códigos e o que cada um deles significa, o que me possibilitou fazer a tradução correta. Outro pepino que tive que enfrentar foi todas as armas e munições, que são descritas em detalhes. Mas também graças a pesquisas na Internet acabei encontrando seus equivalentes em português. Contudo, isso só deixou o trabalho mais prazeroso, já que tive que quebrar a cabeça para resolver essas situações.

A narrativa em si vai bem em certos momentos, mas esfria em outros. A corrida para salvar sua esposa e filho, ao mesmo tempo em que tenta ele mesmo sobreviver às ondas de zumbis, são momentos cheios de ação e que deixam o leitor bem empolgado. Por outro lado, quando o autor apresenta suas ideias filosóficas sobre zumbis e seus comportamentos a coisa fica um pouco entediante. São pontos de vista até que interessantes, mas um pouco exagerados.

É um livro bom no geral, para quem gosta do assunto, mas não dá para esperar algo inteiramente novo. A questão mais difícil para qualquer autor de histórias de zumbis é o final. Como acabar? Ninguém sobrevive, pois não há para onde fugir porque os zumbis tomaram conta de tudo? Ou simplesmente arrumar um jeito de contornar a situação e mesmo que a cidade, o estado e o país estejam tomados pelos comedores de carne, organizando um tipo de mutirão para dar cabo de todos eles? Questão complicada, que o autor não foi muito feliz em sua escolha. Porém, não vou contar o final para não estragar a leitura de quem se interessou pelo livro.

Na minha opinião, o único autor que conseguiu bolar uma narrativa sobre zumbis empolgante do começo ao fim e com um final fantástico foi Stephen King em Celular. É claro que os filmes de George Romero são clássicos, eu recomendo para todos que gostam de um excelente filme de terror, mas na literatura Celular, para mim, é o mais empolgante.









Trilha sonora sugerida:

Qualquer coisa do Rob Zombie, grande música e diretor de filmes de terror.

Para quem não conhece, recomendo a coletânea com um apanhado geral de sua carreira desde os tempos do White Zombie e que vem com um DVD bônus muito legal com excelentes vídeos de sua extensa carreira.
















E para fãs de filme de terror seus dois filmes, A Casa dos 1.000 Corpos e Rejeitados pelo Diabo são excelentes, seguindo a linha clássica de ícones como O Massacre da Serra Elétrica. Além do remake de Halloween que ficou simplesmente fantástico, com um Michael Myers mais aterrorizante.

3 comentários:

  1. Oi Eduardo!
    Eu adoro filmes de zumbi, já vi alguns dos "of the dead" do Romero e estou acompanhando a série "The Walking Dead". Só por isso já me interessei pelo livro.
    E não acredito que você citou Celular no final!!! Achei que só eu tinha lido esse livro, porque até hoje não li nenhuma resenha dele. Como eu li antes de ter o blog, também não escrevi nada sobre ele. Eu li em inglês e adorei o livro. Fiquei até com vontade de ler de novo.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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  2. Eduardo,eu li este livro e de fato,ele deixa a gente curioso até quase o final,mas no final acho que o autor se perdeu ou ficou de saco cheio e ......,deixo a conclusão para quem for ler.De fato o melhor que li até hoje foi Celular,só não gostei do fim,o pai não deveria ter sucumbido à mensagem,mas eu também aconselho para que gosta dos livros do King,le-lo.
    Abraços

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  3. O tema zumbis nunca me atraiu tanto. Gosto, mas não é um tipo de leitura a qual considere "favorita".

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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